Vendas de cimento crescem 4,1% em novembro e somam 5,5 milhões de toneladas
Redação
O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) divulgou que as vendas de cimento atingiram 5,5 milhões de toneladas em novembro de 2025, um crescimento de 4,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a novembro, o setor já soma 62,2 milhões de toneladas, alta de 3,6% frente a 2024.
Mercado aquecido, mas com desafios
O desempenho reflete um cenário macroeconômico complexo. De um lado, o mercado de trabalho segue robusto:
Desemprego caiu para 5,4% em outubro, o menor da série histórica.
População ocupada bateu recorde de 102,5 milhões de pessoas.
Rendimento médio atingiu o maior valor já registrado, impulsionando a massa salarial e a confiança do consumidor.
Por outro lado, a desaceleração do PIB e os juros elevados mantêm o crédito e o consumo sob pressão, impactando a confiança da indústria, que caiu pela oitava vez no ano.
Construção e mercado imobiliário
No varejo de materiais de construção, as vendas recuaram 2% em outubro, levando à revisão da projeção de crescimento de 2025 de 1,8% para 0,5%. O mercado imobiliário mostra sinais mistos: lançamentos subiram 1,6% no 3º trimestre, mas as vendas caíram 6,5%, aumentando os estoques. O financiamento via SBPE sofreu retração de 36,12% até outubro, reflexo da alta dos juros.
Minha Casa, Minha Vida impulsiona consumo
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) segue como motor da demanda:
Lançamentos cresceram 7,9% até novembro.
Vendas avançaram 15,5% no mesmo período.
Cada unidade de 45 m² consome entre 4 e 6 toneladas de cimento, o que reforça o impacto do programa na indústria. A meta de superar 2 milhões de unidades entre 2023 e 2026 deve ampliar significativamente o consumo.
Sustentabilidade e COP30
Durante a COP30 em Belém, a indústria apresentou seu Roadmap Net Zero 2050, destacando avanços na redução de emissões:
O Brasil emite 580 kg de CO₂ por tonelada de cimento, abaixo da média global de 610 kg/t.
32% da matriz energética já vem de combustíveis alternativos, como biomassa e resíduos.
Segundo Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, “os avanços do Minha Casa, Minha Vida e os investimentos em infraestrutura, aliados ao compromisso climático, serão determinantes para sustentar a demanda em 2026”.