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Paulo Guedes alerta para “tsunami conservador” e mudanças na ordem mundial

Política
Por
Redação
Paulo Guedes alerta para “tsunami conservador” e mudanças na ordem mundial
O ex-ministro da Economia Paulo Guedes voltou ao debate público com uma análise sobre o cenário internacional. Em evento promovido pela UBS Wealth Management, o economista afirmou que o mundo atravessa um “tsunami de conservadorismo”, resultado de transformações profundas na geopolítica e da fragilidade das democracias ocidentais.

Segundo Guedes, a ordem internacional construída após a Segunda Guerra Mundial está em processo de desmoronamento. O eixo de poder, antes centrado na economia liberal e no avanço da globalização, teria sido deslocado para a geopolítica, com maior protagonismo de disputas estratégicas e militares.

Na leitura do ex-ministro, o momento atual é marcado pela ascensão de forças conservadoras, enquanto o liberalismo perde espaço e a agenda de esquerda se enfraquece no debate global. “Agora é geopolítica na frente, conservadores na frente, liberalismo no banco de trás e socialistas fora da conversa”, disse Guedes, em tom crítico e irônico.

Democracias sob pressão

Para ele, o que está em risco não é o capitalismo, mas sim as democracias, especialmente no Ocidente, que teriam perdido vigor. Em contrapartida, países do Oriente, como a China, ganharam relevância ao adotar mecanismos de mercado e retirar milhões de pessoas da pobreza.

Guedes defendeu que o Brasil precisa compreender seu peso estratégico e assumir posições mais claras no cenário global. Na sua visão, os entraves centrais do país não são econômicos, mas sim políticos e psicológicos, ligados à forma como a nação se enxerga e se posiciona.

Ele lembrou que o período pós-guerra foi marcado pela consolidação das democracias liberais, pelo comércio internacional em expansão e por avanços tecnológicos que criaram interdependência entre as nações. Esse arranjo, segundo Guedes, começou a ruir com a invasão da Ucrânia pela Rússia e o acirramento de conflitos no Oriente Médio.

Para o ex-ministro, o ciclo da ordem liberal global chegou ao fim. O mundo atual seria dominado por interesses nacionais, estratégias de poder e fatores militares, com a economia reagindo às pressões geopolíticas, em vez de ditar o rumo dos acontecimentos.