Na noite de domingo (18), uma jovem de 25 anos levou um bebê reborn à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guanambi, no sudoeste baiano, e pediu atendimento médico para ele. O caso surpreendeu pacientes e funcionários da unidade, que perceberam a situação incomum.
Por volta das 23h, a jovem desembarcou de um carro de aplicativo e segurou o boneco como se fosse uma criança real. Em seguida, uma paciente que aguardava na área externa percebeu a movimentação estranha e decidiu se aproximar. Logo depois, ela levantou o pano que cobria o rosto do suposto bebê e identificou que se tratava de uma boneca reborn.
A família da jovem explicou que ela enfrenta problemas de saúde mental. Ela comprou a boneca pela internet há cerca de um mês, pagou R$ 2.800 e desde então dedicou tempo e atenção ao objeto.
Durante o trajeto até a UPA, a jovem expressou preocupação extrema com o “bebê” e exigiu urgência no atendimento. Quando voltou para casa, seus pais e seu irmão já esperavam em frente à residência.
A UPA de Guanambi atende aproximadamente 200 pessoas por dia. A equipe registrou o episódio, mesmo sem atender formalmente a jovem. As redes sociais repercutiram o caso e impulsionaram debates sobre saúde mental e acolhimento adequado para pessoas emocionalmente vulneráveis.
O que é um bebê reborn?
Os bebês reborn são bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos com detalhes impressionantes. Artistas confeccionam essas peças manualmente e utilizam materiais de alta qualidade para tornar cada boneca única.
A ideia surgiu após a Segunda Guerra Mundial, quando mães britânicas reformaram bonecas antigas para presentear suas filhas. Nos anos 1990, artistas começaram a transformar bonecas comuns em peças hiper-realistas e lançaram o conceito moderno dos bebês reborn.
O processo de fabricação exige moldes de vinil ou silicone e várias camadas de tinta especial para simular a tonalidade natural da pele. Os criadores adicionam detalhes como veias e rugas para dar mais autenticidade ao boneco. Eles escolhem olhos de vidro ou acrílico e implantam cabelo fio a fio para garantir um efeito realista.
Além de encantarem colecionadores, os bebês reborn ajudam pessoas que enfrentam luto, ansiedade ou depressão. Psicólogos utilizam essas bonecas em terapias para oferecer conforto emocional.
Especialistas alertam sobre a importância do equilíbrio no uso terapêutico dos bebês reborn. O envolvimento com essas bonecas pode ser benéfico, mas não deve substituir relações sociais reais.
Esse caso destaca a necessidade de atenção à saúde mental e acolhimento adequado. O suporte psicológico e a conscientização social podem transformar a vida de pessoas emocionalmente fragilizadas.