O projeto da ferrovia que ligará Salvador a Feira de Santana está prestes a sair do papel. Segundo o engenheiro civil Danilo Silva, da TIC Bahia, o novo modal deverá reduzir o tempo de trajeto entre as cidades para apenas 35 minutos. A proposta foi oficialmente apresentada ao setor industrial da Bahia no Conselho de Infraestrutura da FIEB, em Salvador.
Apesar dos avanços, o empreendimento ainda aguarda autorização do Ministério dos Transportes, liderado por Renan Filho, para a assinatura do contrato. Antes disso, o projeto já recebeu o aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Ainda que o governo federal esteja ajustando os estudos finais de viabilidade, a expectativa é de que a liberação ocorra em breve.
Durante a apresentação do plano à FIEB, o presidente da entidade, Carlos Henrique Passos, ressaltou a viabilidade técnica e econômica do projeto. Por isso, empresários e investidores já iniciaram articulações para destravar os gargalos regulatórios e acelerar o processo. Danilo Silva frisou que o projeto segue uma tendência global de modernização ferroviária, semelhante ao modelo adotado na Rússia.
Transporte de passageiros e cargas
Inicialmente, o plano prevê a contratação de sete trens para operar no percurso. O empreendimento projetado pela TIC Bahia estima o transporte de até 25 milhões de passageiros. A ferrovia terá 98 km de extensão, com velocidade de 160 km/h para passageiros e 120 km/h para cargas. O sistema será misto e interoperável, operando em faixas específicas para o transporte de cargas em horários alternativos.
Além disso, a ferrovia integrará fisicamente e tarifariamente com os sistemas rodoviários de ônibus interurbanos e metropolitanos, ampliando o alcance do transporte público e facilitando a mobilidade urbana.
Expansão ferroviária no estado: o caso da FIOL
Paralelamente, o estado da Bahia busca destravar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), um projeto federal que conectará o interior do estado ao litoral. A FIOL ligará o futuro porto de Ilhéus à Ferrovia Norte-Sul, localizada em Figueirópolis, Tocantins. Essa obra pretende facilitar o escoamento de cargas como grãos e minérios, fortalecendo ainda mais a logística estadual.