O que era para ser uma simples viagem de compras transformou-se em um grande transtorno para uma empresária da cidade e sua filha menor de idade. Após adquirirem produtos eletrônicos em uma loja de São Paulo e retornarem para casa, ambas foram surpreendidas por uma acusação pública de furto – sem provas concretas e com uma imagem confusa divulgada pela empresa.
A loja “Busca Busca” publicou no Instagram um vídeo expondo as imagens das clientes e alegando que teriam furtado produtos. No entanto, o conteúdo era de baixa qualidade e não deixava claro qualquer ato ilícito. A falta de evidências concretas levantou dúvidas sobre a veracidade da acusação, tornando evidente o caráter precipitado da publicação. Para agravar a situação, a empresa não comunicou previamente a empresária sobre a suposta ocorrência e sequer apresentou um boletim de ocorrência oficial que justificasse a acusação feita nas redes sociais.
Rapidamente, o vídeo viralizou, ultrapassando dois milhões de visualizações e afetando a reputação das envolvidas. Mesmo apresentando a nota fiscal que comprovava a compra, a empresária e sua filha enfrentaram ataques virtuais e danos à sua credibilidade. Ao perceber a gravidade do erro, a empresa decidiu apagar a publicação do Instagram. Contudo, o estrago já estava feito. As imagens continuaram circulando e os prejuízos à reputação das clientes não puderam ser desfeitos.
Diante da injustiça sofrida, a empresária Haline Magaly Magalhães decidiu agir e utilizar suas próprias redes sociais para expor a verdade. Em sua conta no Instagram, ela publicou provas concretas, incluindo a nota fiscal dos produtos adquiridos, confirmando que a compra foi feita legalmente. A atitude foi uma tentativa de restaurar sua credibilidade e da filha perante o público, contrapondo a narrativa infundada criada pela loja.
O que ficou evidente foi a forma precipitada e irresponsável com que a loja agiu ao expor as clientes, aparentemente com o objetivo de gerar engajamento e atrair visualizações e curtidas de maneira criminosa. Em um ambiente digital onde a viralização pode ser benéfica para empresas, a publicação infundada gerou consequências drásticas para as vítimas, demonstrando como estratégias de impacto imediato podem resultar em processos judiciais e penalidades legais.
Diante da situação, a empresária acionou advogados e iniciou medidas judiciais para responsabilizar a loja pela acusação infundada e pela exposição indevida das clientes nas redes sociais.
Erros jurídicos cometidos pela loja e possíveis consequências
A empresa pode enfrentar diversas implicações legais, incluindo:
- Calúnia e difamação: A divulgação pública de uma acusação sem provas pode resultar em sanções criminais, conforme o artigo 138 do Código Penal.
- Danos morais: A exposição indevida da empresária e sua filha, sem justificativa plausível, pode gerar obrigação de indenização por parte da loja.
- Violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): A publicação da imagem da menor sem autorização dos responsáveis pode acarretar penalidades previstas em lei.
Além do impacto imediato, o caso serve como um alerta para empresas sobre os perigos de acusações precipitadas nas redes sociais. A empresária busca justiça para reparar sua imagem e evitar que episódios semelhantes ocorram com outros consumidores. Enquanto isso, especialistas reforçam a necessidade de mais responsabilidade ao fazer julgamentos públicos, especialmente em plataformas digitais, onde o impacto pode ser devastador e irreversível.