Mês: junho 2025

  • Operação da PM em Ibipitanga resulta na apreensão de drogas em transporte interestadual

    Operação da PM em Ibipitanga resulta na apreensão de drogas em transporte interestadual

    Na manhã desta sexta-feira (06), por volta das 09h25, a Polícia Militar da Bahia realizou uma operação de fiscalização preventiva contra o tráfico de drogas em Ibipitanga, município do sudoeste baiano. A ação, conduzida por uma equipe da 4ª CIPM, ocorreu na Avenida Clériston Andrade e resultou na apreensão de 900 papelotes de substância análoga à cocaína e 129 comprimidos de substância análoga ao LSD.

    A abordagem foi realizada em uma empresa de transporte rodoviário que opera linhas regulares entre Bahia e São Paulo, um trajeto já identificado pelas autoridades como rota frequente para envio de entorpecentes. Com base em informações previamente levantadas, os agentes monitoraram o desembarque de passageiros e a movimentação de cargas.

    Durante a vistoria no bagageiro de um dos veículos, com autorização do responsável pelo transporte, os policiais localizaram os pacotes contendo as substâncias ilícitas. O material foi apreendido e encaminhado para a Delegacia Territorial de Ibipitanga, onde será analisado e dará continuidade às investigações sobre a origem e o destino das drogas.

    A ação faz parte de um esforço contínuo das forças de segurança para coibir o tráfico interestadual de entorpecentes, evitando que substâncias ilícitas sejam distribuídas na região. Até o momento, a Polícia Militar não divulgou informações sobre possíveis detidos ou suspeitos envolvidos na operação.

    Esse tipo de fiscalização tem sido cada vez mais frequente nas estradas da Bahia, especialmente em rotas estratégicas utilizadas pelo tráfico de drogas. As autoridades reforçam a importância de denúncias anônimas para colaborar no combate a esses crimes.

  • São João 2025 e a disputa milionária por artistas: investimento ou desperdício?

    São João 2025 e a disputa milionária por artistas: investimento ou desperdício?

    O São João 2025 está marcado por uma disputa acirrada entre municípios para garantir os maiores nomes da música. Cidades como Campina Grande, Cruz das Almas, Jequié, Oliveira dos Brejinhos , Livramento de Nossa Senhora, até Brumado, que também entrou na disputa, estão investindo milhões para contratar artistas renomados, elevando os cachês a patamares inéditos. Wesley Safadão, por exemplo, cobra R$ 1,1 milhão por show, enquanto Simone Mendes e João Gomes figuram entre os mais caros, com cachês de R$ 800 mil e R$ 500 mil, respectivamente.

    Em Livramento de Nossa Senhora, que terá 11 dias de festejos, a prefeitura destinou MAIS DE R$ 4 milhões para a contratação de 25 atrações, mais que o dobro do gasto do ano anterior. No entanto, esse modelo de investimentos milionários levanta uma questão central: os municípios realmente estão promovendo desenvolvimento sustentável, ou apenas reforçando uma prática de “pão e circo”?

    O conceito de “pão e circo”, originado na Roma Antiga, refere-se à estratégia de governos para manter a população satisfeita e distraída por meio de grandes espetáculos, evitando questionamentos sobre problemas estruturais. Aplicado ao São João, essa lógica se manifesta na priorização de eventos de grande porte, enquanto setores essenciais como saúde, educação e infraestrutura seguem enfrentando déficits.

    Além disso, a competição por grandes atrações tem inflacionado os cachês dos artistas, tornando cada vez mais difícil para cidades com orçamentos menores participarem dessa disputa. Isso levanta um dilema: o investimento massivo em shows traz um retorno econômico real, ou apenas alimenta um ciclo de gastos sazonais sem impacto duradouro?

    Outro problema é a falta de um plano sustentável para manter o turismo ativo após os festejos. Diferente de Campina Grande, que possui uma estrutura consolidada para atrair visitantes ao longo do ano, muitos municípios fazem investimentos pesados apenas para alguns dias de festa, sem uma estratégia para manter a economia aquecida no restante do ano.

    O caso de Quijingue: um investimento desproporcional?

    Entre os municípios que mais gastaram no São João 2025, Quijingue chama atenção. Com apenas 25 mil habitantes, a cidade investiu R$ 5,2 milhões na festividade deste ano, um aumento de quase quatro vezes em relação ao orçamento de 2024.

    O município, que tem um dos piores PIBs da Bahia, direcionou R$ 4,77 milhões do orçamento da prefeitura para a festa, enquanto apenas R$ 480 mil vieram do Governo Estadual. A programação inclui 26 atrações, como Banda Magníficos, Mano Walter, Seu Desejo, César Menotti & Fabiano e Unha Pintada.

    O alto investimento levanta questionamentos sobre a priorização de recursos públicos. Enquanto cidades maiores, com infraestrutura turística consolidada, conseguem justificar gastos elevados, Quijingue enfrenta desafios econômicos que tornam esse investimento ainda mais controverso.

    Além disso, a cidade já teve eventos suspensos por decisões judiciais devido à desproporcionalidade entre os gastos e a realidade financeira do município. Em janeiro deste ano, a Festa de São Sebastião foi cancelada após o Ministério Público apontar estado de emergência financeira e um orçamento incompatível com a situação da cidade.

    O São João 2025, portanto, não apenas celebra a cultura nordestina, mas também expõe um modelo de gestão que coloca o entretenimento acima de questões estruturais. O desafio para as administrações municipais é encontrar um equilíbrio entre tradição, desenvolvimento econômico e planejamento sustentável, para que a festa não seja apenas um espetáculo momentâneo, mas sim uma ferramenta de progresso para a cidade.

  • Brumado proíbe venda de bebidas em embalagens de vidro durante eventos públicos

    Brumado proíbe venda de bebidas em embalagens de vidro durante eventos públicos

    Com o objetivo de garantir segurança e higiene, a Prefeitura de Brumado publicou o Decreto nº 089/2025, proibindo a comercialização de bebidas em embalagens de vidro nos eventos comemorativos do aniversário da cidade e festejos de São Pedro.

    Segundo o texto do decreto, apenas embalagens plásticas ou descartáveis serão permitidas nos locais de festa, incluindo barracas, camarotes, bares e restaurantes. A decisão considera os riscos que recipientes de vidro podem representar em eventos com grande público, evitando possíveis acidentes e garantindo um ambiente mais seguro para os participantes.

    O decreto também estabelece regras para estacionamento durante os festejos e prevê ações de fiscalização por parte da Guarda Municipal e da Polícia Militar. Os comerciantes que descumprirem as normas estarão sujeitos a multas, apreensão de mercadorias e até cassação da licença de funcionamento.

    A medida segue uma tendência já adotada em diversas cidades do Brasil e reforça o compromisso do município em promover eventos organizados e seguros para todos os participantes.

  • Brumado institui Olimpíadas e Paralimpíadas Estudantis na rede municipal de ensino

    Brumado institui Olimpíadas e Paralimpíadas Estudantis na rede municipal de ensino

    A Prefeitura de Brumado sancionou a Lei nº 2.043/2025, instituindo as Olimpíadas e Paralimpíadas Estudantis para os alunos da rede municipal de ensino. O objetivo é promover o desenvolvimento educacional, social e esportivo, além de estimular a inclusão e incentivar talentos no esporte.

    A competição será realizada anualmente e direcionada aos alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Entre as modalidades estão futsal, basquetebol, atletismo, judô, ginástica rítmica, skate, ciclismo e xadrez, além das versões adaptadas para os estudantes da Paralimpíada.

    Segundo o prefeito Fabrício Abrantes, a iniciativa busca proporcionar novas oportunidades para jovens talentos, integrando a comunidade e incentivando a prática esportiva como ferramenta de inclusão social. O regulamento será definido nos próximos meses e promete transformar o calendário esportivo do município, consolidando Brumado como um polo de incentivo ao esporte estudantil.

  • Rio do Pires: Veja atrações até aqui contratadas para os festejos juninos

    Rio do Pires: Veja atrações até aqui contratadas para os festejos juninos

    Os festejos juninos em Rio do Pires já estão tomando forma, prometendo muita animação e cultura nordestina. Com eventos distribuídos entre a comunidade de Placa, o Distrito de Varzinha e o grandioso encerramento com o São Pedro na sede do município, nos dias 27, 28 e 29 de junho, a programação reúne grandes artistas e talentos locais.

    Confira as atrações confirmadas até agora (ainda não divulgadas oficialmente, mas já contratadas para os festejos juninos de Rio do Pires):

    • Léo Magalhães – um dos grandes nomes do sertanejo romântico;
    • Edigar Mão Branca
    • Ceian Muniz
    • Zé Felipe – trazendo hits para agitar o público;
    • Collo de Menina – com seu forró contagiante;
    • Dio do Acordeon – presença garantida para os amantes da sanfona;
    • Forró Like – elevando o ritmo com muito arrasta-pé;
    • Os Mestres do Ceará – com a tradição do forró autêntico;
    • Leleu de Zé de Chico e Banda – prata da casa, com três apresentações previstas;
    • Sérgio Silva Estilizado – prometendo um show cheio de personalidade.

    Segundo o Ministério Público, o investimento do município em contratações artísticas gira em torno de 950 mil reais, mantendo-se dentro da média em relação aos municípios vizinhos.

    Com uma programação que valoriza a tradição e reúne artistas já consagrados no cenário nacional, além de artistas regional e local, os festejos juninos de Rio do Pires devem atrair moradores e visitantes, celebrando essa época tão especial do ano com música, dança, comidas típicas e muito forró.

  • Polícia Civil apreende R$ 200 mil em roupas falsificadas no centro de Itapetinga

    Polícia Civil apreende R$ 200 mil em roupas falsificadas no centro de Itapetinga

    A Polícia Civil apreendeu aproximadamente R$ 200 mil em roupas e produtos falsificados durante uma operação realizada na manhã da última terça-feira (3), em Itapetinga, sudoeste da Bahia. A ação ocorreu em quatro estabelecimentos comerciais localizados no centro da cidade e faz parte da Operação Contraface, coordenada pela Delegacia Territorial local.

    As equipes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão e recolheram mercadorias com indícios de falsificação de marcas amplamente conhecidas no mercado. Todo o material apreendido será encaminhado à Receita Federal, conforme previsto nos protocolos de combate à pirataria comercial.

    Além disso, os policiais ouviram os proprietários dos estabelecimentos, que foram liberados em seguida. No entanto, eles poderão responder pelos crimes de violação de direito de propriedade industrial e receptação, de acordo com a legislação vigente.

    A operação contou com o apoio da Coordenadoria Regional e da Coordenação de Apoio Técnico e Tático (CATTI Pedra Branca). Segundo a Polícia Civil, o objetivo da ação é reprimir a comercialização de produtos falsificados e enfraquecer eventuais redes de distribuição ilegal.

    As investigações continuam. A polícia agora busca identificar a origem dos produtos e mapear toda a cadeia de fornecimento, o que poderá revelar a existência de grupos especializados nesse tipo de crime. Por esse motivo, novas diligências não estão descartadas.

    Ainda que os produtos tenham sido retirados de circulação, a polícia reforça a importância da denúncia anônima por parte da população. Com isso, as autoridades esperam ampliar o alcance da operação e inibir novas tentativas de venda irregular.

  • Bolsonaro diz que enviou R$ 2 milhões ao filho Eduardo para evitar dificuldades nos EUA

    Bolsonaro diz que enviou R$ 2 milhões ao filho Eduardo para evitar dificuldades nos EUA

    Durante uma entrevista recente, o ex-presidente Jair Bolsonaro revelou que enviou cerca de R$ 2 milhões ao seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), enquanto ele residia nos Estados Unidos. De acordo com Bolsonaro, esse apoio financeiro ocorreu para garantir que Eduardo não enfrentasse dificuldades econômicas durante o período em que acompanhava sua esposa, que atua como diplomata brasileira em missão oficial no exterior.

    Repasses foram pessoais, sem uso de verbas públicas, diz ex-presidente

    Ainda segundo Bolsonaro, os recursos saíram exclusivamente de seu patrimônio pessoal. Por esse motivo, ele assegurou que não utilizou verbas públicas, tampouco envolveu qualquer tipo de financiamento irregular. Aliás, o ex-presidente reforçou que o repasse não teve relação com o cargo de deputado exercido por Eduardo. “Enviei o dinheiro do meu próprio bolso, porque não queria ver meu filho passando necessidade. Não há ilegalidade nisso”, afirmou com ênfase.

    Além disso, Bolsonaro explicou que decidiu tornar o assunto público devido ao que classificou como perseguições políticas e manipulações da imprensa. Ele disse que muitos veículos de comunicação distorcem fatos para atingir sua família, o que, na visão dele, compromete a imparcialidade do debate político. Apesar disso, o ex-presidente não apresentou documentos ou comprovantes durante a entrevista.

    Por outro lado, Eduardo Bolsonaro ainda não comentou a declaração feita pelo pai. Entretanto, aliados próximos indicam que ele considerou o gesto um apoio natural entre familiares. Até o momento, nenhum órgão de fiscalização anunciou investigação ou procedimento formal sobre o repasse informado.

    Em virtude dessa revelação, o tema voltou a movimentar redes sociais e rodas políticas. Enquanto apoiadores defendem o direito de Bolsonaro em ajudar seu filho com recursos próprios, críticos argumentam que a falta de transparência sobre movimentações patrimoniais pode gerar dúvidas públicas.

    Mesmo assim, Bolsonaro sustentou que agiu como pai e que não há o que esconder. “Fiz o que qualquer pai faria, ainda mais em um país estrangeiro onde tudo custa mais caro. Agi com responsabilidade, com dinheiro meu e por livre decisão.”

    Consequentemente, a entrevista ampliou o debate sobre a relação entre vida privada e vida pública de figuras políticas. Por fim, embora o caso não envolva denúncias formais até agora, ele acrescenta mais um capítulo à constante vigilância sobre os atos e decisões da família Bolsonaro.

  • Empresária de Livramento e filha buscam retratação pública e reparação após acusação injusta divulgada por loja em São Paulo

    Empresária de Livramento e filha buscam retratação pública e reparação após acusação injusta divulgada por loja em São Paulo

    O que era para ser uma simples viagem de compras transformou-se em um grande transtorno para uma empresária da cidade e sua filha menor de idade. Após adquirirem produtos eletrônicos em uma loja de São Paulo e retornarem para casa, ambas foram surpreendidas por uma acusação pública de furto – sem provas concretas e com uma imagem confusa divulgada pela empresa.

    A loja “Busca Busca” publicou no Instagram um vídeo expondo as imagens das clientes e alegando que teriam furtado produtos. No entanto, o conteúdo era de baixa qualidade e não deixava claro qualquer ato ilícito. A falta de evidências concretas levantou dúvidas sobre a veracidade da acusação, tornando evidente o caráter precipitado da publicação. Para agravar a situação, a empresa não comunicou previamente a empresária sobre a suposta ocorrência e sequer apresentou um boletim de ocorrência oficial que justificasse a acusação feita nas redes sociais.

    Rapidamente, o vídeo viralizou, ultrapassando dois milhões de visualizações e afetando a reputação das envolvidas. Mesmo apresentando a nota fiscal que comprovava a compra, a empresária e sua filha enfrentaram ataques virtuais e danos à sua credibilidade. Ao perceber a gravidade do erro, a empresa decidiu apagar a publicação do Instagram. Contudo, o estrago já estava feito. As imagens continuaram circulando e os prejuízos à reputação das clientes não puderam ser desfeitos.

    Diante da injustiça sofrida, a empresária Haline Magaly Magalhães decidiu agir e utilizar suas próprias redes sociais para expor a verdade. Em sua conta no Instagram, ela publicou provas concretas, incluindo a nota fiscal dos produtos adquiridos, confirmando que a compra foi feita legalmente. A atitude foi uma tentativa de restaurar sua credibilidade e da filha perante o público, contrapondo a narrativa infundada criada pela loja.


    O que ficou evidente foi a forma precipitada e irresponsável com que a loja agiu ao expor as clientes, aparentemente com o objetivo de gerar engajamento e atrair visualizações e curtidas de maneira criminosa. Em um ambiente digital onde a viralização pode ser benéfica para empresas, a publicação infundada gerou consequências drásticas para as vítimas, demonstrando como estratégias de impacto imediato podem resultar em processos judiciais e penalidades legais.

    Diante da situação, a empresária acionou advogados e iniciou medidas judiciais para responsabilizar a loja pela acusação infundada e pela exposição indevida das clientes nas redes sociais.

    Erros jurídicos cometidos pela loja e possíveis consequências

    A empresa pode enfrentar diversas implicações legais, incluindo:

    • Calúnia e difamação: A divulgação pública de uma acusação sem provas pode resultar em sanções criminais, conforme o artigo 138 do Código Penal.
    • Danos morais: A exposição indevida da empresária e sua filha, sem justificativa plausível, pode gerar obrigação de indenização por parte da loja.
    • Violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): A publicação da imagem da menor sem autorização dos responsáveis pode acarretar penalidades previstas em lei.

    Além do impacto imediato, o caso serve como um alerta para empresas sobre os perigos de acusações precipitadas nas redes sociais. A empresária busca justiça para reparar sua imagem e evitar que episódios semelhantes ocorram com outros consumidores. Enquanto isso, especialistas reforçam a necessidade de mais responsabilidade ao fazer julgamentos públicos, especialmente em plataformas digitais, onde o impacto pode ser devastador e irreversível.

  • Justiça Federal confirma posse da Comunidade Floresta Sagrada do Alto de Xangô em Brumado

    Justiça Federal confirma posse da Comunidade Floresta Sagrada do Alto de Xangô em Brumado

    A Justiça Federal de Vitória da Conquista (BA) homologou, na última terça-feira (3), decisão que reconhece a posse da Sociedade Floresta Sagrada do Alto de Xangô sobre uma área de 11 hectares e 600 ares. O terreno, localizado em Brumado (BA), é ocupado pela comunidade há pelo menos 16 anos e foi objeto de disputa judicial.

    Decisão após audiência de conciliação

    Durante audiência de conciliação, a Defensoria Pública da União (DPU) reafirmou o interesse da comunidade na posse de toda a área de 16 hectares. O Ministério Público Federal (MPF) apoiou a demanda, enquanto a União reconheceu como legítima a posse sobre 11 hectares e 600 ares. O juiz federal João Batista de Castro Júnior homologou a decisão e estabeleceu um prazo de seis meses para que a União conclua análises administrativas sobre os cinco hectares restantes, ainda disputados.

    Atuação da DPU e contexto do caso

    O processo judicial teve início em 2020, inicialmente conduzido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA). Dois anos depois, a DPU assumiu o caso, dado o interesse federal no tema. Desde então, a instituição denunciou casos de violência, desrespeito ao meio ambiente e intolerância contra cultos religiosos de matriz africana, além de irregularidades cartoriais relacionadas à área em questão.

    Reação da comunidade e impacto da decisão

    Para a comunidade, a decisão representa um marco na luta pela preservação de sua cultura e direitos. O defensor regional de direitos humanos na Bahia, Diego Camargo, celebrou o acordo, destacando os desafios enfrentados pelos moradores. “Esse acordo é um ato histórico em favor da Comunidade da Floresta Sagrada do Alto de Xangô, que sofreu perseguições simplesmente por cultuar religião de matriz africana”, afirmou.

    O que acontece agora?

    Com a posse confirmada sobre 11 hectares, a comunidade aguarda a conclusão administrativa sobre os cinco hectares restantes. O caso segue acompanhado pela DPU e pelo MPF, que buscam assegurar o cumprimento dos direitos da população local.

  • Comunidade de Rio do Pires se mobiliza contra fechamento da agência do Bradesco

    Comunidade de Rio do Pires se mobiliza contra fechamento da agência do Bradesco

    A cidade de Rio do Pires, na Bahia, foi palco de uma grande mobilização nesta quarta-feira (04 de junho de 2025) contra o fechamento da agência do Bradesco, previsto para ocorrer no próximo dia 20 de junho. O movimento, liderado pela Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e sindicatos filiados, reuniu moradores, dirigentes sindicais, vereadores, comerciantes e funcionários municipais, além de autoridades locais em uma audiência pública na Câmara de Vereadores do município.

    O encontro contou com a presença do prefeito José Marcos Pereira (AVANTE), além de representantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, entre eles Ronaldo Ornelas. Após o debate, dezenas de manifestantes seguiram até a porta da agência, situada na Praça Ângelo Marques Filho, carregando faixas e cartazes em protesto contra o encerramento das atividades.

    Impactos sociais e econômicos do fechamento

    Os organizadores do ato alertam que o fechamento da unidade bancária trará impactos significativos para clientes, comerciantes e trabalhadores locais, dificultando o acesso aos serviços financeiros e afetando a economia do município. “O Bradesco fecha as portas sem considerar o efeito que isso tem na vida das pessoas. Bancários perdem seus empregos, clientes precisam se deslocar para outras cidades e o comércio local sofre as consequências”, afirmou Ronaldo Ornelas, representante da COE.

    Em entrevista ao L12 Notícias, Ornelas criticou a decisão do banco e destacou os prejuízos para a população. “O fechamento de agências reduz custos para o banco, mas viola comandos legais, inclusive constitucionais, sobre a função social da empresa. Ao retirar a única agência bancária de um município, o Bradesco empurra os moradores para o atendimento digital e para o deslocamento a outra cidade, muitas vezes distante mais de 50 quilômetros. Isso não é cumprir sua função social e muito menos prezar pelo bem-estar da comunidade onde atua”, afirmou.

    Segundo Ornelas, o banco está desrespeitando legislações como o Estatuto do Idoso e normas de proteção às pessoas com deficiência, ao ignorar a necessidade de atendimento presencial para essas parcelas da população. Ele classificou a postura do banco como “um planejamento estratégico de impactos sociais perversos para a comunidade”.

    Sobre a comunicação oficial da medida, Ornelas informou que os funcionários da agência foram notificados formalmente sobre o encerramento das atividades, previsto entre os dias 20 e 22 de junho. Ele mencionou que cidades como Palmeiras e Camaçari já enfrentaram fechamentos semelhantes, resultando em dificuldades para os clientes, como a impossibilidade de desbloquear cartões sem deslocamento para outro município. “Se alguém precisar de um serviço presencial, como desbloquear um cartão, terá que viajar até Paramirim. Isso é cruel e desrespeitoso”, disse.

    Líderes sindicais e autoridades discursam em Rio do Pires durante manifestação contra o fechamento da agência do Bradesco. Foto: L12.

    Medidas jurídicas e ação do PROCON

    Diante da decisão do Bradesco, os sindicatos buscaram apoio do PROCON Bahia e apresentaram um requerimento formal contra o fechamento das unidades bancárias. Segundo Ornelas, a entidade de defesa do consumidor acolheu a demanda e se comprometeu a analisar uma ação civil pública contra o banco. Ele citou como exemplo a decisão favorável do PROCON Maranhão, que conseguiu impedir judicialmente o fechamento de agências naquele estado.

    “O PROCON do Maranhão obteve uma sentença que obrigou o Bradesco a se abster de fechar suas unidades, inclusive reabrindo as que já tinham sido fechadas. Esse é um caminho jurídico que estamos considerando para proteger os interesses da população e dos bancários”, explicou.

    Contrato com a Prefeitura e precedentes

    Sobre a relação do Bradesco com o município, Ornelas informou que a Prefeitura de Rio do Pires mantém um contrato vigente até 2027 com o banco, envolvendo a folha de pagamento dos servidores municipais. Ele acredita que esse vínculo pode ser um fator relevante para fortalecer a mobilização e pressionar a instituição a manter a agência aberta.

    Ronaldo Ornelas – Integrante da Comissão de Organização dos Empregados.

    Ornelas citou o caso da cidade de Ubatã, onde a mobilização popular e a atuação do Poder Público foram fundamentais para evitar o fechamento de uma unidade bancária. “Lá, houve grande pressão da população e das autoridades. A decisão judicial inicial permitia o fechamento, mas foi posteriormente reformada pelo Tribunal, e o Bradesco optou por manter a agência aberta”, destacou.

    Mobilização segue contra o fechamento

    A manifestação realizada em Rio do Pires reforçou o compromisso dos sindicatos e da comunidade na luta contra o encerramento das atividades da agência do Bradesco. Até o momento, a instituição financeira não emitiu um comunicado oficial sobre o assunto. Os organizadores garantem que a mobilização continuará e que seguirão buscando alternativas para impedir que o fechamento se concretize, enfatizando que a presença da agência é essencial para a população.