O deputado estadual da Bahia Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD), foi preso nesta sexta-feira (4) após se entregar ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) em Feira de Santana. Ele estava foragido desde quarta-feira (2), quando foi deflagrada a operação Estado Anômico, que investiga uma milícia com atuação na região.
Segundo o MP-BA, Binho Galinha é apontado como líder de uma organização criminosa envolvida em atividades como lavagem de dinheiro, jogo do bicho, agiotagem, extorsão, comércio ilegal de armas, receptação qualificada, associação para o tráfico e usurpação de função pública. A operação é um desdobramento da Operação El Patrón, iniciada em dezembro de 2023, que já havia bloqueado mais de R$ 200 milhões em bens e prendido outros integrantes do grupo.
Além do deputado, foram presos sua esposa, Mayana Cerqueira da Silva, seu filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, e quatro policiais militares. A prisão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que os crimes atribuídos ao parlamentar não têm relação com o exercício do mandato, o que afasta o foro privilegiado.
Natural de Feira de Santana, Binho Galinha é empresário do setor automotivo e dono do ferro-velho Tend Tudo. Ele ganhou notoriedade durante a pandemia de Covid-19 por ações sociais, como a distribuição de refeições. O apelido surgiu quando trabalhava em um abatedouro de aves. Antes de entrar na política, já havia sido preso em 2011 por envolvimento com roubo de veículos.
A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A defesa do deputado afirma que ele está colaborando com as investigações e confia que os fatos serão esclarecidos ao longo do processo.
A prisão de Binho Galinha reacende o debate sobre a atuação de milícias no interior da Bahia e o uso do poder político para encobrir atividades criminosas. As investigações continuam, e novas fases da operação não estão descartadas.
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