O Brasil perdeu nesta sexta-feira um de seus maiores ícones da música popular. Arlindo Cruz, cantor, compositor e instrumentista consagrado do samba, faleceu aos 66 anos, após complicações decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido em 2017. A informação foi confirmada pela família em nota oficial divulgada no início da tarde.
Arlindo estava internado em uma clínica na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde recebia cuidados intensivos. Desde o AVC, o artista enfrentava uma longa batalha pela recuperação, marcada por momentos de esperança e demonstrações públicas de carinho por parte de fãs e colegas de profissão.
Nascido em 14 de setembro de 1958, no bairro de Cascadura, Arlindo Cruz começou sua trajetória musical ainda jovem, influenciado pelo pai, também sambista. Nos anos 1980, integrou o grupo Fundo de Quintal, onde revolucionou o gênero ao introduzir o banjo como instrumento de destaque no samba.
Com mais de 795 composições registradas, Arlindo se tornou referência absoluta no samba de raiz. Entre seus maiores sucessos estão Meu Lugar, O Show Tem Que Continuar, Coisa de Pele e Bagaço da Laranja. Sua obra é marcada por lirismo, crítica social e celebração da cultura popular.
A notícia da morte gerou comoção imediata nas redes sociais e no meio artístico. Escolas de samba como Império Serrano — que homenageou Arlindo como enredo no carnaval de 2023 — e Mangueira publicaram mensagens emocionadas.
“Arlindo Cruz foi mais que um artista. Foi um símbolo de resistência, alegria e fé. Sua música continuará ecoando nos corações brasileiros”, declarou a cantora Maria Rita.
O velório será realizado neste sábado, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, aberto ao público. O enterro está previsto para o fim da tarde, no Cemitério do Caju.
Além da música, Arlindo Cruz deixa um legado de luta e inspiração. Sua trajetória, marcada por superação e amor ao samba, será lembrada como uma das mais importantes da história cultural brasileira.