Uma primeira matéria publicada pelo L12 Notícias sobre a presença de um jacaré na Lagoa Pau de Colher, localizada no Bairro Estocada, em Livramento de Nossa Senhora (BA), gerou forte repercussão entre moradores, ambientalistas e autoridades locais. O texto destacava a preocupação com a segurança pública e a ameaça à fauna local — especialmente os patinhos que habitam o balneário — após o réptil ter sido “solto” na lagoa por um indivíduo não identificado.
No entanto, novas informações vieram à tona e reconfiguram a narrativa inicial.
GASA esclarece: o jacaré é nativo da lagoa
Antônio Carlos Oliveira, brigadista do GASA (Guardiões Ambientais da Serra das Almas), procurou o L12 para esclarecer os fatos. Segundo ele, o jacaré não foi introduzido artificialmente, mas sim recolocado em seu habitat natural após ser encontrado vagando pelas ruas do Bairro Estocada.
A ação foi realizada por prepostos do GASA, organização ambiental atuante na região, e não por um cidadão comum. O animal, segundo o brigadista, pertence à Lagoa Pau de Colher, e costuma se deslocar entre corpos d’água próximos em busca de alimento ou abrigo — comportamento comum entre répteis silvestres em ambientes urbanos. Antônio Carlos afirmou ainda que comunicou verbalmente o INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) sobre a ação, reforçando que não houve negligência ou improviso.
Patos introduzidos e desequilíbrio ecológico
Outro ponto relevante trazido pelo GASA é que os patos presentes na lagoa não são nativos. Foram introduzidos por terceiros, sem estudo técnico ou autorização ambiental. Isso cria um desequilíbrio ecológico, pois a lagoa é habitat natural do jacaré, e a presença de presas fáceis altera seu comportamento alimentar.
Nossa Opinião
Estudos ecológicos confirmam que espécies como o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) habitam lagoas e igarapés oligotróficos no sudoeste da Bahia, incluindo cidades como Itapetinga, Vitória da Conquista e Livramento de Nossa Senhora.
Apesar de ser nativo, a presença do jacaré ainda representa risco real para pessoas e animais domésticos. A Lagoa Pau de Colher passou por intervenções urbanas e se transformou em área pública de lazer, frequentada por famílias, crianças, idosos e praticantes de atividades físicas.
O L12 reconhece pontos de discordância com a realidade dos fatos apresentados na matéria anterior, mas reforça que a questão exige tratamento técnico e criterioso. Isso não significa que o animal deva ser retirado dali, mas sim que o local precisa passar por adaptações estruturais e educativas, visando a proteção:
- Dos jacarés nativos
- Das pessoas que frequentam o balneário
- Dos próprios patos introduzidos artificialmente
A presença do jacaré em ambiente urbano pode gerar situações de risco, como:
- Ataques a animais domésticos ou silvestres
- Acidentes com crianças ou banhistas
- Reações agressivas por parte de moradores mal informados
Por isso, é fundamental que o poder público, junto aos órgãos ambientais, promova ações de educação ambiental, sinalização adequada e monitoramento técnico da lagoa.
O caso do jacaré na Lagoa Pau de Colher é um exemplo claro de como a convivência entre natureza e cidade exige diálogo, ciência e responsabilidade. A reinterpretação dos fatos não anula os riscos, mas aponta para soluções mais inteligentes e sustentáveis.
A fauna nativa deve ser respeitada — e a comunidade, protegida.
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