A rotina de quem vive em Macaúbas tem sido marcada por um problema persistente: a fumaça tóxica que emana do lixão a céu aberto, localizado a poucos metros do Bairro Cidade Nova e próximo ao Loteamento Bastos. Situado praticamente dentro do perímetro urbano, o local recebe diariamente caminhões e caçambas que despejam resíduos de forma desordenada — e frequentemente são incendiados, gerando uma nuvem escura que se espalha por diversos bairros.
Os bairros Alto de Alexandrina, Alto do Santa Cruz e até mesmo parte do centro da cidade são atingidos pela fumaça, que invade casas, impregna roupas e dificulta atividades cotidianas. Moradores relatam sintomas como dores de cabeça, irritação nos olhos e falta de ar. “A fumaça entra em casa todos os dias. É sufocante e causa muito desconforto”, relata uma moradora do Bairro Cidade Nova.
Trabalhadores que atuam no lixão também enfrentam dificuldades. Segundo relatos, o ambiente se torna perigoso com os incêndios constantes, prejudicando até mesmo quem depende do local para sobreviver. “É difícil respirar, o calor é insuportável e o cheiro é muito forte”, afirma um dos catadores.
A queima de resíduos libera gases como dióxido de carbono (CO₂), monóxido de carbono (CO), dioxinas e furanos — substâncias altamente poluentes que contribuem para o aquecimento global e afetam diretamente a qualidade do ar. Além disso, o solo sofre alterações em sua temperatura e umidade, o que pode levar à degradação e até à desertificação de áreas próximas.
A exposição contínua à fumaça pode agravar doenças respiratórias como asma, bronquite e rinite, além de afetar pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Crianças e idosos estão entre os mais vulneráveis. Em períodos de maior intensidade da fumaça, há aumento nos atendimentos médicos por sintomas respiratórios.
Diante dos impactos ambientais e sociais, especialistas apontam a urgência de remanejar o local de descarte para uma área mais afastada e com condições adequadas. A substituição do lixão por um espaço planejado, com controle de resíduos e alternativas sustentáveis, é essencial para reduzir os danos à saúde e ao meio ambiente.
A convivência diária com a fumaça tóxica é um alerta para a necessidade de soluções que priorizem o bem-estar da população e a preservação dos recursos naturais.
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