
Com faixas e cartazes, moradores, ativistas e manifestantes ligados à Associação dos Irrigantes do Vale do Paramirim, realizam um protesto na manhã deste domingo (17) pelas rua da cidade de Paramirim, contra a construção de uma adutora que tem expectativa de levar água para abastecer mais seis cidades da região do Vale do Paramirim: Boquira, Ibitiara, Ibipitanga, Macaúbas, Rio do Pires e Oliveira dos Brejinhos. Segundo fontes ligadas à Associação, o reservatório possui capacidade máxima para acumular 60.800.000 m3 de água e atualmente atende habitantes de Paramirim, Caturama, Botuporã e Tanque Novo, totalizando cerca de 60 mil pessoas. “Atualmente, graças as chuvas inesperadas em 2020, há aproximadamente 30.000.000 m3 armazenados no lago (cerca de metade da capacidade). Vale ressaltar que, há pouco tempo, em 30/12/2019, a barragem contava com apenas 11.101.000 m3 (18%). Segundo estimativa, o consumo mensal com abastecimento humano, irrigação, infiltração e evaporação é, em média, de 700.000 m3 ao mês . Para piorar, soma-se a tudo isso a baixa precipitação pluviométrica na região”. Os ativistas são contra uma licitação do Governo do Estado com o objetivo de implantar uma adutora para levar água do Zabumbão as outros municípios da região, já citados. Os manifestantes reivindicaram o cancelamento do projeto de construção da adutora. O imbróglio vem se estendendo desde seis anos atrás, quando o Comitê de Bacias decidiu sugerir a suspensão imediata da licitação e consequentemente do início das obras, pelo período de 30 dias, até que se chegasse a um acordo. Na ocasião, os representantes do Governo do Estado acataram a proposta e prometeram o prazo para rever as condições, bem como, alternativas como a construção das barragens no Rio da Caixa e Rio dos Remédios, que seriam interligados ao sistema do Zabumbão. “Apesar disso, agora em 2021, espantosamente, o Governo da Bahia, sob a mesma gestão, abandonou a palavra empenhada em 2015 e, num ato autoritário, sem consultar a população, anunciou novamente a construção da adutora. Desta vez, para evitar reações da população, a vazão prevista foi reduzida para 82 litros por segundo. Nada impede, porém, que esse número seja aumentado após a implantação. Em tempo recorde, a licitação foi lançada e um consórcio de empresas foi declarado vencedor por mais de R$ 186 milhões. Diferentemente de 2015, quando a licitação foi suspensa no início, hoje estamos na iminência da assinatura do contrato e da ordem de serviço para início das obras. Tudo foi feito de forma a evitar a mobilização popular”, esclarece a Associação.