O Ibovespa opera em forte queda nesta quarta-feira (8) com os investidores atentos ao ambiente político depois das manifestações da véspera, que levaram mais de 400 mil apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a Brasília e outras milhares de pessoas a cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Durante o ato, Bolsonaro atacou novamente os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, além de fazer ameaças também o presidente da Corte, ministro Luiz Fux. “Ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos“, disse.
Fux deve fazer pronunciamento sobre isso na sessão do Supremo hoje, enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu suspender todas as sessões do plenário e de todas as comissões da casa, paralisando inclusive a tramitação de projetos que interessam ao governo. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também pode dar sua resposta hoje.
De acordo com Lucas Fiorelli, sócio da HCI Invest, quando Bolsonaro sobe o tom se espera uma reação do outro lado. “O mercado está em um cenário de cautela e deve ficar encaixotado entre 115 mil e 120 mil pontos até que os poderes se entendam, o que não é o cenário que eu estou vendo. Os próximos dias serão fundamentais para saber se haverá uma ruptura de vez ou um acordo com uma agenda pró-Brasil.”
Sobre as manifestações, para Carlos Melo, professor do Insper, elas apresentaram quórum abaixo das sinalizações feitas pelos organizadores ao longo da semana e o bolsonarismo também não conseguiu ampla adesão, mesmo em setores mais próximos, como evangélicos, ruralistas, caminhoneiros e policiais militares.
“A força que o presidente queria demonstrar ficou aquém da expectativa”, afirmou. “Esperava-se que o presidente mobilizasse os céus e o inferno: envolvimento com polícias militares, setores que poderiam estar armados. Nada disso ocorreu – é positivo, mas também tira um pouco da expectativa”. (Fonte: Infomoney).