Nesta temporada de festas juninas, especialmete na região nordeste, observamos um fenômeno curioso no mundo da música ao vivo: muitas bandas parecem ter adotado um repertório repetitivo, trazendo à tona um conjunto de músicas que rapidamente se tornaram enjoativas. Em diferentes festas e eventos, notava-se uma certa padronização nas escolhas musicais, com as mesmas canções sendo tocadas incessantemente.
Essa repetição exaustiva, em sua maioria, está relacionada ao gênero conhecido como “sofrência”, que despontou especialmente nas redes sociais, como o TikTok. Essas músicas, que exploram temas melancólicos e relacionamentos conturbados, ganharam uma popularidade avassaladora e acabaram se tornando as preferidas das bandas em suas apresentações.
É coerente que as bandas busquem garantir o sucesso e a identificação do público, optando por tocar músicas que estão em alta e que possuem uma base de fãs consolidada. No entanto, essa abordagem excessivamente segura e repetitiva pode contribuir para um desgaste da experiência musical, limitando a diversidade e a criatividade artística.
É importante destacar que há inúmeras bandas talentosas e criativas, que se esforçam para trazer novidades e explorar diferentes estilos musicais. Portanto, não devemos generalizar essa tendência de repetição como uma característica de todas as bandas. É fundamental valorizar a diversidade musical e apoiar os artistas que se destacam pela originalidade e pela coragem de experimentar novas sonoridades.
Para os amantes da música, é interessante explorar outros espaços e eventos onde a variedade musical seja uma prioridade. Festivais, shows independentes e apresentações de artistas menos conhecidos podem ser ótimas oportunidades de descobrir novas músicas e se surpreender com a criatividade musical que existe por aí.
Será que o cantor forrozeiro Flávio José teria razão ao criticar a invasão do sertanejo no São João e afirmar que o “modismo” atrapalha o forró? Essa reflexão nos leva a questionar a influência dos estilos musicais dominantes e repetitivos na experiência festiva. Embora muitas bandas tenham adotado um repertório enjoativo, baseado em músicas de “sofrência” impulsionadas pelo TikTok, é essencial reconhecer a importância da diversidade e da criatividade artística. Valorizar a originalidade e buscar novos artistas pode trazer um frescor e uma inovação necessários para reviver a autenticidade do São João e preservar a essência do forró.