
A pandemia de Covid-19 prejudicou a vida de muitos estudantes ao forçar o fechamento de escolas para evitar aglomerações. Problemas como a perda de renda por parte dos pais e a dificuldade de acesso à internet para acompanhar aulas remotas vieram a ser entrave à educação no país e no mundo.
Com o intuito de evitar mais prejuízos para o futuro de seus alunos, a professora tanhaçuense, Selma Abreu, iniciou o projeto Biblioteca Viajante. Montada em sua bicicleta, a docente de 35 anos leva livros e conhecimento até os alunos que vivem em comunidades rurais do município de Tanhaçu (BA).
Selma concluiu o magistério em 2006, mas só em 2007 conseguiu a oportunidade de exercer a profissão. Ela aceitou trabalhar no setor de serviços gerais em uma escola municipal, para poder ficar próxima do ambiente de ensino.
Mas Selma finalmente conquistou aquele objetivo pouco tempo depois, quando passou a lecionar na educação de jovens e adultos, dando aulas na comunidade rural onde vive. “As aulas eram na minha casa mesmo, mas eram pouco frequentadas. Só iam minha mãe, meu irmão, meu esposo, meu tio e minha tia”, comentou em uma reportagem publicada no site UOL (veja aqui).

Ela contou ainda que em razão das várias adaptações na rotina durante a pandemia acabou perdendo o emprego. A pandemia trouxe várias mudanças. Perdi o emprego e retornei para a vida na agricultura familiar, que é de onde venho. Meus pais sempre viveram no meio rural. A nossa principal atividade era trabalhar na roça, na lavoura de feijão, milho, algodão… Eu cresci vendo meus pais nessa lida com a terra”, explicou.
A professora possui a marca da bondade, pois conforme ela revelou sempre fez de tudo para ajudar as pessoas, fazendo doações de cestas básicas e fraldas, não importando as circunstâncias. “Eu fazia campanha e contribuía com um pouco do meu salário. Só que com a pandemia eu perdi meu emprego e não tinha mais como fazer nada, e fiquei incomodada com a situação”, contou.
Como surgiu o Projeto da professora Selma
Ao perceber que as crianças e jovens das comunidades estavam com dificuldade de assistir às aulas online na pandemia, em razão disso ela resolveu abrir as portas de sua própria casa para oferecer acesso à internet. Assim nasceu o seu projeto social.
Através de campanha nas redes sociais, Selma conseguiu 230 obras e acabou montando uma biblioteca, assim os seus alunos passaram a receber o carinho e o conhecimento ofertados pela professora.
A professora chega a pedalar 15 km por dia para deixar os livros, realiza rodas de leitura e ajuda as crianças a cumprirem as tarefas.
Com a enorme repercussão que sua iniciativa vem alcançando, Selma se sente grata pelo reconhecimento, mas conta que ele tem apenas um desejo: que iniciativas semelhantes sejam feitas pelo País para que mais alunos possam estudar.