Por Marcos Santos
Há muito tempo sepultado na economia brasileira, o fantasma da inflação volta a assombrar o brasileiro e brasileira. Os últimos dados do IBGE apontaram que a inflação oficial voltou a se alastrar, e subiu de 0,31% em abril para 0,83%, o pior patamar desde o ano de 1996. Esse índice içou a inflação dos últimos 12 meses para 8,06%.
Os números assustam, sobretudo, porque o Brasil havia derrotado esse fantasma desde a criação do Real, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1994.
Isso é apenas a ponta do iceberg, tendo em vista que paralelo a esse descalabro econômico, um outro fantasma marca presença de maneira ostensiva: O desemprego, que já somam 14,4 milhões de pessoas. Isso quer dizer que mais de 14 milhões de pessoas estão na fila procurando um trabalho, o que representa o maior contingente desde 2012, quando começou a onda crescente de desempregados.
Crescimento do PIB
A melhor notícia no setor foi o crescimento de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2021, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa do ministro Paulo Guedes é de que o PIB cresça algo em torno de 5% este ano, recuperando toda a queda sofrida no período pós-pandemia.

Desvalorização do real
O problema é que o povo brasileiro, de um modo geral, não tem muito o que comemorar, pois não vem sentindo o impacto desse crescimento, isso porque, esse crescimento é creditado aos artigos da exportação brasileira, sobretudo advinda da atividade do setor agrícola, e da extração de minério.
Com o movimento de desvalorização do real frente ao dólar, esse crescimento das exportações do agronegócio parece não ter surtido muito efeito para pobres e classe média no Brasil, o que pode ser sentido na fatura do supermercado. Com o real bastante desvalorizado, os outros países têm importado mais do Brasil, principalmente a carne bovina, o que resulta no aumento do produto nacionalmente.
O Brasil é um gigantesco armazém produtivo, que possui alimentos de qualidade, isso faz com que os países procurem o nosso mercado, ainda mais com uma moeda tão desvalorizada. Isso resulta na elevação dos preços no mercado interno, porque o produto passa a ser disputado globalmente (Lei da Oferta e da Procura).
Alta dos combustíveis e ameaça de apagão
Outros fantasmas que rondam o Brasil são os altos preços dos combustíveis e da fatura da energia elétrica. Enfrentamos novamente o risco de um apagão de energia, em razão disso, estamos pagando bem mais caro para manter uma lâmpada acesa dentro de casa.
A inflação, a atual carestia dos alimentos, o desemprego traduzem sofrimento às famílias e devem influenciar nas urnas em 2022. Caminhando para mais uma década perdida na economia, certamente iremos voltar a assistir, no cenário nacional, mais um capítulo da novela “promessas”.